“E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (Lucas 9.35).
Jesus havia trazido aos seus discípulos uma lição muito
importante para a vida cristã, mas os discípulos não haviam compreendido ainda
a razão desses ensinamentos. Ninguém entendeu o que Ele falou ao dizer que para
segui-lo deve-se tomar a sua cruz a cada dia e ir após Ele.
Como ninguém pôde compreender, Jesus selecionou seus três
discípulos mais próximos, Pedro, Tiago e João, a fim de levá-los a uma
experiência inesquecível. Jesus mostrou a Eles a Sua glória ao se transfigurar
diante deles, revelando a glória que Ele deixou ao se esvaziar de si mesmo para
se tornar semelhante aos homens.
O desejo de Cristo era o de mostrar a eles algo que lhes
faltava entender, algo que lhes faltava compreender, por isso dois convidados
especiais foram chamados para conversar com Jesus no alto daquele monte: Moisés
e Elias.
Diz a Bíblia que Jesus estava em oração, e seus discípulos
dormiam em sono profundo, quando de repente suas vestes se tornaram brancas e
Ele foi transfigurado. Em seguida, ao Seus lado apareceram Moisés e Elias que
conversavam com Jesus, e o assunto era um tanto quanto um mistério para os
discípulos:
“E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém” (Lucas 9.30-31).
Jesus falava sobre Sua morte com Moisés e com Elias, e Pedro
não conseguiu entender a natureza o que eles estavam conversando, porque falar
de cruz era desconfortável naqueles dias. Falar da morte e do vitupério é algo
incomum e gera desconforto a quem ouve.
Pedro não queria descer daquele monte, ele queria permanecer
ali, com Moisés, Elias e Jesus para não ter de haver uma morte em Jerusalém,
nem mesmo nenhum tipo de sofrimento. E, como diz a palavra de Deus, Pedro não
fazia ideia do que estava falando, não é à toa que ele é chamado por alguns de “o
apóstolo que falava demais”.
É impossível viver uma vida espiritual sadia e completa sem
ao menos levar uma cruz. A cruz está associada ao cristianismo, o sofrimento é
inerente ao ser, as provações são para aqueles que estão na mais profunda
intenção de seguir os passos de Jesus Cristo. A receita é simples, e a regra é
clara: Se queremos seguir a Jesus, devemos viver como Ele viveu, sofrer o que
Ele sofreu, e levar a nossa cruz dia após dia.
Mas isso não é falado com tanta veemência em nossos
púlpitos! Não é pregado com fervor e paixão pelos pregadores apaixonados. Não é
anunciado aos homens com a mesma esperança que se fala sobre as bênçãos e
prosperidades deste mundo! Não se fala mais na cruz, no sofrimento, nas
tribulações que devem fazer parte de nossa vida.
Andar com Cristo é morrer um pouquinho mais a cada dia. É
estar crucificado com Ele e não mais vier por si mesmo, mas permitir que Cristo
viva em nós (Gálatas 2.20).
A cruz é necessária. É necessário que passemos por momento de grandes
tribulações e perseguições, mas tudo isso servirá para o nosso aperfeiçoamento
diante de Deus.
Jesus sabia que era necessário ir a Jerusalém, por este
motivo Ele tomou a decisão de cumprir esse propósito, e demonstrou publicamente
aos apóstolos essa firme resolução (Lucas 9.51).
O que me encanta nessa passagem é que Pedro ainda falava,
quando o próprio Deus o interrompeu e deixou bem claro o que Pedro, Tiago e
João deveriam fazer: dar ouvidos a Jesus.
Ouça a voz de Cristo! Atenda-O quando Ele te chamar para
sofrer com Ele as aflições de nossa jornada! Obedeça-O quando Ele te ordenar a
tomar a cruz e sofrer nela. Aceite o que Ele te mandar fazer, porque Ele é o
Soberano, e Ele sabe o que faz! Ele trilhou o caminho da vitória da humanidade
através de Seus sofrimento na cruz. Ele convida aos seus filhos que morram um
dia de cada vez, fazendo morrer a velha natureza e nascer um novo homem, uma
nova criatura.
Ouça a voz de Cristo, e ignore às vozes dos canalhas que em
nome de Deus falam de uma vida isenta de cruz. Ignore tais pregadores vazios e esdrúxulos,
doentios e miseráveis. Eles são tal como os crentes de Laodiceia, pobres,
cegos, miseráveis e nus (Apocalipse
3.17).
São curadores em larga escala, não são profetas mas
videntes, gurus de uma fé rasa, pautada nesta vida, em honrarias e glórias
mediante “ofertas de sacrifício” milionárias. Bandidos e roubadores de Deus!
Assassinos da fé dos pobres e incautos! Tais homens, se não se arrependerem,
sofrerão no lago de fogo junto a satanás e seus demônios! Não deem ouvidos a
eles!
Ouça a voz de Cristo quando Ele te chamar para chorar, chore
com Ele, sofra com Ele, morra com Ele, mas na eternidade haverá vida em
abundância para aquele que for fiel!
Dentre as vozes de todos, ouça a voz de Cristo!
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