Olá, a paz do Senhor a todos!
Deus abençoe a todos, até a próxima postagem!
No dia 29 de abril de 2020 eu postei a primeira parte do Comentário do Salmo 42, onde falamos sobre as Almas Sequiosas, CLIQUE NESTE LINK PARA LER A PRIMEIRA POSTAGEM DESSA SÉRIE!.
Fiquei muito feliz com a participação dos nossos visitantes aqui, dos comentários e das mensagens recebidas em particular com incentivos e afirmando que Deus lhes tocou o coração, o que eu mais quero é que Deus toque o teu coração também, e que você sempre seja edificado aqui em nosso Blog Leitura Cristã Inteligente!
Comentário Sobre o Salmo 42 (Parte II)
“As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está teu Deus?
Quando me lembro disso, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e com louvor, com a multidão que festejava” (Salmo 42.3-4).
O coração do Salmista está aflito, sequioso. Em plena situação de apuros ele se sente, e dessa vez, tudo o que ele tem agora são as angústias e as aflições, as dúvidas que lhe assaltam quando todos vêm para questionar a sua fé.
É em meio a toda essa agonia que ele chora, e quando chora sua alma é derramada em seu íntimo, onde ninguém pode ver, somente Aquele a quem nada foge de Seu campo de visão.
Derramar a alma é algo íntimo demais. Ninguém vê, ninguém percebe. Está ali dentro, no oculto onde só você tem acesso. Você se esconde nas pessoas, mascara teu sofrimento com sorrisos, com gargalhadas, com cânticos de louvor e até mesmo com palmas.
Você é bom nisso, já até se acostumou em esconder dos outros as tuas dores, já se acostumou a negar diante de todos que está mal, e a afirmar de peito estufado que nunca se sentiu tão bem em toda a tua vida. Você se esconde bem, oculta bem aquilo que está no teu coração.
É interessante isso, permita-me dizer algo sobre você: você aprendeu a mentir muito bem na igreja que você frequenta. É lá que você mais mente, é lá que você mais dissimula a tua alma.
Não quero te julgar, quero apenas dizer algo: estou com você! Também aprendi a mentir bem na igreja em que frequento. Já passei da fase em que sentia ao menos uma leve sensação de culpa por mentir tanto. Já não me dói ser dissimulado e é aí que mora o perigo.
Sim, há um perigo extraordinário aqui, porque nem todos são o que mostram ser dentro da Casa de Deus. Não é verdade toda aquela pompa e toda aquela euforia que se demonstra semanalmente. Não é sempre que a nossa expressão de adoração é sincera, e nossos brados de júbilo e celebração são realmente felizes.
O pastor diz: “se você está feliz, dê glória a Deus!”. Você dá glória a Deus, mas não está feliz. Mentiu, e pior, mentiu adorando.
O pastor pergunta: “Quem crê que Deus é poderoso e amoroso para cuidar de nós?”. Você afirma: “eu creio!”, mas lá no fundo, você sabe, bem lá dentro, há algumas dúvidas que te fazem sentir como se uma pedra de gelo estivesse no lugar do teu coração de carne.
Você duvida de Deus às vezes, e canta que confia Nele. Você duvida que Ele está com você, mesmo cantando com visível devoção que Ele está com você. Mas você nem sempre acredita nisso. Sempre há algum resquício de dúvida a esse respeito.
Não, não estou te julgando, eu sempre fiz isso, sempre fui assim. Aprendi que essa era a melhor maneira de manter tudo em sua normalidade. Afinal de contas, nada do que você sente ou vive tem nada a ver com os outros ao meu lado. Chamo aos próximos de meus irmãos, de minha família. Digo que estou em comunhão com a Igreja, mas não me atrevo a abrir-lhes o coração. Apenas finjo ser bom, finjo estar bem.
Não estou falando de dissimular para esconder pecados ocultos. Não! Pelo contrário! Estou falando de esconder as nossas fraquezas, os nossos medos, as nossas tristezas. Quem nunca fingiu estar bem quando estava tudo mal? Vocês se lembram da sunamita que havia acabado de perder o único filho? Lembram-se o que ela disse?
O filho dela havia acabado de morrer, mas ela não quis contar ao servo de Eliseu a dor que sentia naquele instante. Ela não queria que ele soubesse, então mentiu. Então disse o oposto do que sentia, mas não foi por mal. Assim eu também faço por muitas vezes.
Não estou falando de dissimular para esconder pecados ocultos. Não! Pelo contrário! Estou falando de esconder as nossas fraquezas, os nossos medos, as nossas tristezas. Quem nunca fingiu estar bem quando estava tudo mal? Vocês se lembram da sunamita que havia acabado de perder o único filho? Lembram-se o que ela disse?
"(...) Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com teu filho? E ela lhe disse: vai bem" (II Reis 4.26).
O filho dela havia acabado de morrer, mas ela não quis contar ao servo de Eliseu a dor que sentia naquele instante. Ela não queria que ele soubesse, então mentiu. Então disse o oposto do que sentia, mas não foi por mal. Assim eu também faço por muitas vezes.
Você se identifica comigo? Sim? Então deixe eu lhe dar uma notícia importante: nós não somos os únicos! O salmista também se sentia assim!
Ele sabia que, se falasse de seus sentimentos aos outros, sempre alguém lhe diria: “Onde está o teu Deus?”. E essa pergunta lhe fere a alma. A gente não quer que ninguém saiba da nossa dor e do nosso sofrimento, porque de repente eles nos julgam com suas perguntas, com suas indagações, com suas inquisições.
Eles nos testam, ah se nos testam! Eles perguntam: “Mas você não acredita em Deus?”, “você não era crente?”, “será que Deus não é tão amoroso assim?”. E você percebe que nem mesmo Deus vem para defender-se. Só fica você em xeque diante das acusações e aqueles que te acusam com olhar irônico.
O que fazer? Simples! Mascare os teus sentimentos. Cubra a tua dor com uma maquiagem bem-feita, uma roupa bem bonita, esconda os teus sentimentos e vá ao culto para simular diante de todos que está tudo bem, mas você sabe que não está.
Esse é o grande mal da religiosidade em excesso! As pessoas que são religiosas demais estão sempre visivelmente perfeitas demais. Nada parece ser capaz de lhes abalar, de lhes ferir ou mesmo de lhes magoar. Elas precisam sempre se mostrar fortes para manter os padrões.
Não, não estou dizendo para você sair gritando tua dor aos quatro ventos. Jesus nunca pediu isso, não foi? Mas não a guarde para si. Não, jamais!
Faça o que nos ensinou Tiago, irmão de Jesus:
“Está alguém entre vós aflito? Ore (...)” (Tiago 5.13).
Para simplificar, lembre-se o que nos ensina Jesus sobre a oração:
“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mateus 6.6).
Bendito seja Deus! Mesmo quando ocultamos do mundo as nossas dores e agonias, Ele conhece cada detalhe do que estamos sentindo e nos dá a orientação necessária: fale com o Pai que te vê no oculto! Derrame perante Deus a tua alma.
Ao meu ver, o salmista errou ao derramar sua alma dentro de si mesmo, pois engolir a angústia não ajuda a ninguém, tampouco te ajudará em nada. Mas pode ser que a religião não abra espaço, mas há um Deus no céu com quem você tem espaço aberto para ir até Ele e derramar a Sua alma!
A respeito disso, Jeremias disse:
“(...) derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor (...)” (Lamentações 2.19).
Derrame para Jesus a Tua alma. Lance sobre Ele todas as tuas ansiedades, Ele tem cuidado de você (I Pedro 5.7). Fale para Ele onde está a tua dor, onde estão as tuas aflições. Sim! Converse com Jesus, Ele saberá muito bem o que fazer!
Saber disso não te alegra? Saber disso não te anima? Entenda que confiar em Deus é o meio mais perfeito de se livrar dos fardos da mentira que a religião te impôs! Jesus tomou todos os nossos fardos!
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).
E assim, sabendo disso, podemos descansar em Deus!
“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença” (Salmo 42.5).
Deus abençoe a todos, até a próxima postagem!
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