ALMAS SEQUIOSAS (SALMO 42)

Olá, a paz do Senhor a todos! Desde já quero te agradecer por nos visitar mais uma vez em nosso Blog. Iniciaremos aqui uma séria de postagens em análise ao Salmo 42. Minha oração é para que você seja alcançado e edificado enquanto mergulhamos na análise da Palavra de Deus.

Boa leitura!


Comentário Sobre o Salmo 42 (Parte I)


“Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” (Salmo 42.1).

O Salmo 42 é mais um dos salmos dos Filhos de Coré. A Bíblia diz que Coré, Abirão e Datã rebelaram-se contra a ordem do Senhor a Moisés ao escolher Arão e seus filhos para o sacerdócio, conforme está escrito no Livro de Números 16. A Bíblia diz que Deus exterminou a casa dos rebeldes, tantos os pais como os filhos e todos os bens, abrindo a terra a sua boca e engolindo a toda a família. Porém, diz a Bíblia que nem toda a casa de Coré foi morta nesse castigo de Deus, pois seus filhos não morreram, conforme está escrito em Números 26.11.

Os filhos de Coré são chamados de Coraítas, os da casa de Coré. Tornaram-se importantes no ofício da adoração a Deus, onde escreveram diversos salmos de louvores a Deus, exaltando-o e magnificando o Seu Santo Nome. Por este motivo o livro de Salmos contém 12 salmos que são tradicionalmente atribuídos a eles. Seus salmos possuem um estilo único, tratando e expressando seus sentimentos e pensamentos em relação a Deus por meio de figuras de linguagem e de outras formas acessíveis para o entendimento.

O salmo destacado para esse texto é um desses salmos dos Coraítas, onde inicia-se sendo apresentado como um Masquil, ou seja, um salmo didático, escrito de forma didática para melhor compreensão e entendimento do sentimento do salmista em relação à alma e sua dependência para com Deus. Assim sendo, o salmo inicia-se com uma comparação, o uso de uma figura de linguagem expressa e simples, falando a respeito de um animal muitíssimo comum na Palestina: o cervo.

Lembrando que, na língua hebraica, os textos poéticos são carregados de um estilo bem conhecido, chamado de paralelismo, onde as ideias expressadas num verso são escritas ou descritas paralelamente no verso seguinte, seja para corroborar, seja para contrapor à ideia anterior. Nesse caso, o salmista conclui que sua alma tem para com Deus o mesmo desejo que faz os cervos bramarem por correntes de água.

O cervo, ou a corça, em meio ao calor do deserto, levanta seu focinho para o alto, buscando sentir de longe o cheiro das correntes de água, para onde precisa ir, e pra lá corre apressadamente, pois sua vida depende dessa pressa.

O cervo é capaz de sentir o cheiro de água a longas distâncias
Além do problema da sede em meio ao calor intenso do deserto, o cervo exala um odor que atrai a muitos de seus predadores, o que o torna fácil de ser encontrado e devorado, pois sua carne é muito desejada entre as feras do campo e do deserto. Assim, o único lugar onde a corça se sente segura é em meio às correntes de água, onde consegue disfarçar o seu odor e dispersar seus perseguidores. Por este motivo, ao bramar pelas correntes de água, o cervo clama por saciedade e proteção.

Outra análise que eu desejo fazer é a expressão utilizada diversas vezes pelo salmista neste salmo, a palavra alma, que aparece seis vezes em seus onze versos. A expressão hebraica é NEFESH, que é a mesma raiz para a palavra “garganta”, o que dá sentido à expressão utilizada no versículo 2, que diz: “a minha alma tem sede de Deus”. Dessa forma compreendemos que essa sede de Deus que o escritor expressa de sua alma é a mesma sede que sua garganta tem quando lhe falta água.

A ALMA SEDENTA


A nossa alma possui uma sede intensa, um sentimento profundo, um estio completo, que poucas águas não são capazes de saciá-la, somente uma enorme correnteza, correntes de águas poderosas que jorram e saciam a sede. Estamos carregados de problemas, sobrecarregados de ansiedades e dores. Aflições sobre aflições, angústias e anelos incessantes de uma alma sequiosa.

Nunca se viu uma geração tão doente psicologicamente, tão oprimida e tão sedenta espiritualmente falando. E assim sabemos que somos incompletos, fracos, pequenos e incapazes de sobrevivermos por conta própria. A respeito disso, o salmista afirma que sua alma está abatida, cheia de dúvidas e questionamentos que lhe adoecem e lhe fazem duvidar de Deus.

Você já duvidou de Deus em algum momento da tua vida? Você já percebeu que às vezes parece que Deus não está com você, e você fica a se questionar onde Ele está? Onde está Deus quando as pessoas se suicidam, quando as almas doentes e secas estão definhando e afundando-se nas drogas, no alcoolismo, ou em qualquer outro tipo de mazelas.

O que a alma sequiosa precisa é de água, a água da vida, a água que jorra para a vida eterna. E assim, quero te convidar a voltar-se para Deus nesse momento mais uma vez. Clame por Sua presença maravilhosa. Clame por Ele! Clame por Jesus, clame pelo Redentor das nossas almas, Aquele que é poderoso para restaurar a nossa condição.

Jesus disse:

“Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (João 7.37-38).

Venha a Cristo, meu amigo! Venha a Cristo, minha amiga! Entregue-se a Deus, confie que Ele é poderoso para mudar a tua vida e alterar a tua condição e virar esse teu cativeiro! Não há vazio que o Espírito Santo não pode preencher. Não há alma sequiosa que Jesus Cristo não é capaz de fartar e aliviar.

Ele é aquele que refrigera a tua alma (Salmo 23.3), que alivia os teus fardos (Mateus 11.28), que faz você beber de águas vivas, correntes poderosas e suficientes para que nunca mais você tenha sede em tua alma (João 4.13-14).

Entregue a Tua vida a Cristo, e você verá que Ele é capaz de preencher todo o vazio dentro de Tua alma, e te fará viver de forma abundante e plena. Isaías escreveu: “Ó vós todos os que tendes sede, vinde às águas” (Isaías 55.1).

Isso não significa que uma vida religiosa será a solução de todos os teus problemas, muito pelo contrário. A religião, por mais que seja uma coisa boa (a Bíblia não condena a religião), possui um extremo perigoso, pois ela pode deixar a alma mais sedenta.

Lembram-se da mulher samaritana que conversou com Jesus? Ela era religiosa, adorava a Deus de acordo com os ensinamentos dos religiosos samaritanos, que acreditavam que só se podia adorar a Deus no Monte chamado Gerizim, ao passo que os judeus criam que só se podia adorar a Deus em Jerusalém, no Monte chamado Sião. “Onde adorar?”

Veja, aquela mulher tinha sede, tanto que ela ia ao poço para buscar água no momento em que se encontrou com Jesus (João 4.7), mas logo ela revelou que sua sede não era apenas física, ela era emocional e espiritual, pois ela pediu a água viva que ninguém jamais voltaria a ter sede, quando ela disse:

“Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la” (João 4.15).

Você já orou a Deus clamando por essa água? Já bebeu da água da vida, que limpa, que sara e purifica a alma do homem? Já recebeu a Jesus e encheu-se de paz e gozo em tua alma? Essa água é muito boa, e quem bebe dela torna-se uma fonte para os outros.

Minha oração é para que o Senhor Jesus preencha o teu coração e te faça fluir nas águas gloriosas do Espírito Santo para a glória de Deus!

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