II Timóteo: Desperte o dom


 

“Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (II Timóteo 1.6).

 

Timóteo era um moço especial para Paulo, era-lhe como um filho, um filho muito amado. Seu pai era grego e sua mãe, Eunice, era judia. Ele era jovem, estava cheio das angústias e  das paixões trazidas pela juventude, as quais o impeliam a ser mais apaixonado e intenso na em sua vida espiritual.

O conselho que Paulo traz a Timóteo nessa segunda epístola é algo que deve ser lembrado e meditado por nós todos os dias de nossa vida. É necessário que nós despertemos o dom que há em nós.

Em primeiro lugar, precisamos compreender que, o dom que temos foi dado por Deus. Tiago, ao escrever sua epístola universal, disse:

 

“Não erreis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tiago 1.16-17).

 

Por que Tiago começa a dizer “não erreis”? Simplesmente pelo fato de que muitos que hoje possuem dons agirem como se fossem seus donos e a fonte de cada dom que possui. Por esta razão Tiago no orienta a não errar e não pensar outra coisa, a não ser que o dom vem de Deus, por meio Dele e para a glória Dele.

Deus é a fonte dos dons. O salmista, entendendo isso, escreveu, dizendo:

 

“Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens e até para os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles” (Salmo 68.18).

 

Jesus Cristo é a fonte dos dons que há tantos nos cristãos, como nos que não o são. A habilidade de escrever que tinha  Clarice Lispector, a genialidade de Einstein, a capacidade de Freud, a forma de jogar de Pelé, a voz de Frank Sinatra, enfim, todas as qualidades e habilidades que o homem possui são oriundas da Pessoa bendita de Jesus Cristo.

Deus é quem dá os dons, Ele quem dá as habilidades e as qualidades. Jesus Cristo é a fonte da beleza, da arte, da poesia, das cores. Ele é o Grande Autor. Há, porém, dons naturais e espirituais, que diferem uns dos outros. Os dons naturais são habilidades naturais que possui um homem que pode fazer grandes coisas. Dons espirituais são a capacidade para a realização de coisas grandiosas para a edificação e fortalecimento da igreja de Cristo.

Em segundo lugar, aprendemos neste texto que, além de recebermos de Deus os dons, não o recebemos de uma vez, mas sim de forma paulatina e gradativa. Deus não dá os dons sempre que queremos, precisamos crescer e avançar espiritualmente a fim de alcançarmos os dons espirituais.

Há alguns que afirmam que os dons espirituais cessaram quando morreram os apóstolos, e que somente os apóstolos eram usados com dons espirituais. Porém, biblicamente, essa afirmação é absurda, pois Paulo orientou à igreja de Corinto, dizendo: “Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons” (I Coríntios 12.31).

Em terceiro lugar, há aqui uma grande revelação. Os dons de Deus são dados em tempo oportuno, porém, ainda que tenhamos recebido de Deus um dom, é necessário que eles sejam preservados e não sejam apagados em nosso interior e, caso sejam apagados, ele deve ser reacendido em nosso interior.

Essa é a orientação direta de Paulo a Timóteo, que lhe ensinou a acender novamente o dom que havia nele. Dessa maneira, era necessário que o dom de Deus que estava sobre Timóteo fosse despertado como quem reacende uma fogueira que está quase a se apagar.

Essa é a imagem que Paulo transmite a respeito dos dons espirituais. Os dons precisam ser reacendidos, despertados. Muitas vezes, pelas circunstâncias, limitações pessoais e até mesmo pelo pecado, o dom que Deus nos deu acaba por ser extinto em nosso interior. É o tempo de a Igreja de Cristo se reerguer num grande despertamento espiritual, avivar os dons que há dentro de si e ser pujante rumo ao cumprimento de sua missão!

Desperte o dom, meu amado! Desperte o dom, minha amada! Deus tem coisas novas para realizar nesta geração!

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