Filemom: Fazendo jus ao nome







  

“Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões” (Filemom 1.10).

 

O apóstolo Paulo escreveu várias epístolas, sendo treze delas parte do cânon do Novo Testamento. Dessas epístolas, nove foram destinadas a igrejas e quatro a indivíduos, a estas últimas chamamos de “epístolas pastorais”.

A forma de Paulo se expressar em suas epístolas pastorais varia bastante em relação às epístolas destinadas às igrejas, pois aqui Paulo está dando conselhos a pessoas especificas com base em questões e problemáticas concernentes à obra e ministério de Cristo.

A Filemom, portanto, Paulo escreve a sua epístola mais amorosa e carinhosa. Desde o início da carta podemos ler que há um sentimento muito claro estabelecido pelo apóstolo. Aqui há a carta escrito de próprio punho de um pai que roga pelo seu filho a outra pessoa.

Onésimo era, ao que podemos compreender, escravo de Filemom, porém, de acordo com a Bíblia, por algum motivo Filemom se irou contra ele, e ele foi parar na prisão. Estando preso, Onésimo se encontrou com o apóstolo Paulo, e se converteu a Cristo ao ouvir a Palavra do Evangelho.

Paulo amou de coração a Onésimo, adotando-o como filho espiritual. Onésimo se tornou em um grande cooperador do ministério de Paulo, companheiro de jornada e um grande discípulo espiritual.

Vemos aqui, dentro das motivações desta epístola carinhosa, um sentimento de Paulo no qual há um convite especial  para que cada um fizesse jus ao nome que possuía. Filemom, cujo nome significa “aquele que ama”, ou “aquele que beija”. Porém, vemos nesse momento que Filemom não está amando a Onésimo, tampouco beijando-o com amor.

Há aqui outra inversão de valores, pois, para Filemom, Onésimo era um inútil. O significado do nome de Onésimo é “útil, proveitoso”.

Paulo, porém, como conciliador de ambas as partes, pede a Filemom que, pelo amor que havia em seu coração, que recebesse a Onésimo como irmão e não mais como escravo, pois Onésimo era para Paulo muito útil, especialmente no serviço da pregação do Evangelho de Jesus Cristo.

É importante ver aqui que a intervenção de Paulo está mergulhada no amor de Jesus Cristo, o qual conhecemos por meio do Evangelho. Ou seja, somente com a intervenção do evangelho Filemom e Onésimo fariam jus ao nome que possuíam, sendo amáveis e úteis uns para com os outros.

Fato é que, quando fomos criados, recebemos um nome. Há um nome que nossos pais nos deram, e um nome que Deus nos deu. E sim, Deus dá nome às pessoas, aos Seus filhos. Foi assim com Abraão (Gênesis 17.5), com Jacó (Gênesis 32.28). Foi também no Novo Testamento, com Pedro (João 1.42), Mateus (Lucas 5.27), etc.

Um dia, todos nós que formos salvos e levados para diante de Jesus, receberemos de Suas mãos uma pedrinha branca escrita com um novo nome, e somente nós e Deus saberemos qual será nosso novo nome (Apocalipse 2.17).

Receberemos de Jesus um nome que condiz com o que Ele deseja de nós. Ele nos chama hoje com o nome que vê o que seremos quando alcançarmos a perfeição em Cristo. Ele nos chama santos, porque nos santifica a cada dia. Nos chama filhos, porque nos gerou. Nos chama príncipes, porque reinaremos com Ele um dia.

O nome que herdamos de Cristo ao recebermos a fé é o nome ao qual Ele deseja que façamos jus.  Se é Onésimo, que sejamos úteis. Se é Filemom, que sejamos amorosos e receptivos.

Ah, meus irmãos! Que o Espírito nos ajude a vivermos de forma a concordar com o que Deus espera de nós!

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