Jonas: O templo de Deus no ventre do inferno


“Quando desfalecia em mim a minha alma, eu me lembrei do SENHOR; e entrou a ti a minha oração, no templo da tua santidade” (Jonas 2.7).

 

Jonas era um profeta do SENHOR, usado por Deus. A Bíblia pouco fala a respeito desse homem, exceto pelo fato de ele ser filho de Amitai, e de haver profetizado nos dias do Rei Jeroboão II no Reino do Norte (II Reis 14.23-26).

Não sabemos quando, mas Deus ordenou-lhe que levasse uma mensagem de arrependimento a Nínive, porém Jonas recusou-se a obedecer a ordem do SENHOR, e por isso tomou um navio para fugir a Társis (Jonas 1.1-3). Deus, porém, enviou uma grande tempestade ao encontro de Jonas, que foi lançado ao mar (Jonas 1.4-16).

Engolido por um grande peixe, Jonas sentiu suas forças se esvaindo enquanto descia às profundezas do mar estando ele dentro do grande peixe, e dessa forma, ele orou a Deus, clamando por misericórdia, e Deus o ouviu. Jonas orou, chamando a sua condição de angustiosa, de infernal. Ele mesmo falou que clamava a Deus do ventre do inferno (Jonas 2.2), mas ainda assim, ele clamou.

Jonas sabia que estava naquela condição por causa de sua desobediência à voz de Deus. Ele reconhecia que tudo o que estava vivendo era por conta de seu pecado, de sua rebeldia, e por isso foi parar ali, no meio do mar, dentro de um grande peixe, condenado à morte, condenado ao inferno.

Ainda assim, Jonas clamou, mesmo chegando a pensar que estava condenado, que estava lançado da presença de Deus, conforme ele disse:

 

“E disse: Na minha angústia, clamei ao Senhor , e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz” (Jonas 2.2).

 

Esse sentimento nos aflige muitas e muitas vezes. Vemos nossos pecados, nossos erros e nossa desobediência sendo cobrados por Deus. Quando Deus pesa sobre nós a Sua mão pela nossa rebeldia, nem sempre somos apenas nós que sofremos, mas também as pessoas que nos cercam, que fazem parte do nosso convívio.

Por causa de Jonas, todos os tripulantes de uma embarcação tiveram suas vidas ameaçadas com a tempestade e com a fúria do mar. Deus pesou a mão, e todos tiveram que reconhecer a grandeza e a santidade de Deus.

Ainda assim, nessa situação, Jonas clamou a Deus. Do inferno em que ele estava, ele orou. Mesmo pensando a início que ele estaria condenado a estar longe de Deus para sempre, ainda assim ele orou, e Deus ouviu a oração de Jonas, e deu a resposta que ele necessitava naquele momento.

Há aqui uma grande revelação que desejo compartilhar com você. Deus havia dito a Salomão na ocasião da inauguração da Casa que lhe havia sido construída em Jerusalém, que os Seus ouvidos estariam atentos à oração que se fizesse naquele lugar, em Jerusalém, no Santo Templo do SENHOR (II Crônicas 7.15).

Agora, pense comigo, se Deus anunciou que ouviria as orações feitas naquele templo, o que seriam das orações feitas fora do templo? Onde realmente é o templo de Deus?

Pensando nisso, comecei a meditar a respeito da grandeza da oração de Jonas, que do ventre do inferno clamou, mas foi ouvido por Deus “no templo da Sua santidade”.

O templo de Deus não é necessariamente o espaço, afinal de contas, Deus não habita em casas feitas por mãos humanas, mas habita em nós, dentro desse corpo de carne que é o templo do Espírito Santo de Deus (I Coríntios 3.16). Dessa forma, simbolicamente, onde houver alguém que orar em sua carne a Deus, esse será ouvido por ele no Seu Templo.

Jonas descobriu algo importante, pois descobriu que, mesmo no inferno em que ele possa estar, na situação que possa vivenciar, se clamar a Deus no templo de seu coração, ele será ouvido, e Deus o responderá, porque o templo somos nós.

A você, querido leitor, dou um conselho com base na palavra de Deus: no pior dos infernos, nas maiores tribulações, ainda que você esteja em total angústia na sua alma, ore a Deus! Fale com Cristo, e Ele te socorrerá!

Jesus ensinou isso à mulher samaritana. Ele deixou bem claro que os verdadeiros adoradores não necessitarão adorar a Deus apenas no templo de Jerusalém, ou no monte de Samaria, mas sim em espírito e em verdade (João 4.21-23).

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