“E eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O Senhor seja convosco. E disseram-lhe eles: O Senhor te abençoe” (Rute 2.4).
O livro de Rute é um livro curto, somente quatro capítulos, e sua história é rápida de se ler, e por ser um livro pequeno, infelizmente às vezes somos levados a deixar passar alguns detalhes que ele possui, e apenas nos atemos à história que ele conta.
Quando falamos do livro de Rute, portanto, geralmente só falamos de Rute, de Noemi e do casamento com Boaz. Falamos da salvação de uma mulher não israelita que se entregou ao Deus e Israel. Falamos da ação de Deus para com Rute, e nos esquecemos de algo a respeito dos demais personagens de Israel.
Em Rute vemos alguns diferenciais que os demais livros do Antigo Testamento não possuem, um deles é uma demonstração mais clara e efetiva da cultura e dos costumes da época, com um reforço aos hábitos e padrões da sociedade, os quais são claramente a aplicação da lei de Deus prescrita em Deuteronômio.
Vemos nesse livro, portanto, mais que apenas Rute, pois vemos também a alma das pessoas que serviam a Deus nesse período, e que mantinha sua esperança no SENHOR que os tirou do Egito. Vemos a tribo de Judá em cena, a cidade em foco é Belém, e Boaz, filho Salmom (Mateus 1.5), cuja mãe era Raabe, a mesma prostitua que foi salva a conquista de Jericó, após abrigar os dois espias e os ajudar a fugir.
Por causa de Raabe, o povo de Israel invadiu e conquistou Jericó, e ela e sua família foram salvos. Dessa forma, o povo cresceu e prosperou, conquistando sua herança e trabalhando nela. Boaz cresceu num lar onde uma estrangeira fora salva por Deus, e aprendeu com isso a invocar a bênção de Deus onde quer que ele estivesse.
Ao chegar em seus campos, onde ele tinha seus criados, Boaz não foi mal recebido por eles, tampouco foi rude ou grosseiro. Ele abriu a boca e os abençoou, e seus empregados também o abençoaram.
É muito bonita a imagem descrita nos textos sagrados. Um homem que foi educado a temer a Deus e a respeitas as pessoas faz toda a diferença. Um homem que segue, ouve e obedece a voz de Deus, não hesita em abençoar aos demais. Sem oprimir, sem murmurar, sem falar mal. Ele abençoou.
“Que o SENHOR seja convosco”, e essa frase permanece em meu coração. Há algo em nossos lábios esperando ser liberado para outra pessoa. O que sai de nossos lábios? Benção ou maldição?
Boaz nos ensina que o favor de Deus é visível quando abençoamos aos outros, e invocamos a Sua Presença onde estivermos.
Ozni Coelho Simões
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