Gosto muito de chamar esse versículo de “A Profecia de Jó”, porque o que há aqui é realmente uma profecia de um homem que estava em total miséria, mas suas esperanças estavam voltadas para algo muito glorioso e grandioso.
Jó perdeu tudo, todos sabemos. Ele perdeu os filhos, os bens, as riquezas, os rebanhos. Sobraram para ele apenas os cacos, as telhas, uma enfermidade, amigos que lhe acusavam e condenavam sem cessar, uma esposa que tentou lhe fazer desistir da vida e, por fim, ainda maior que todas essas coisas, uma fé inabalável.
Jó não pecou contra Deus, mesmo quando todas as coisas iam contra ele. Ele mantinha firme a sua integridade perante o SENHOR (Jó 2.9-10), e isso era motivo de alegria para o Altíssimo, que testificava dele a respeito de sua conduta e integridade (Jó 1.8). Dessa maneira, Jó ficou doente, com o corpo repleto de chagas que ardiam e coçavam muitíssimo, e ele permaneceu no meio dos entulhos, coçando-se com cacos de telhas.
A visita de seus amigos Elifaz, Bildade e Zofar, em vez de lhe trazer ânimo, trouxe-lhe dor e agonia, como ele mesmo afirmou (Jó 19.1-3), e isso lhe fazia sofrer ainda mais. Os maus amigos procuravam medir a intimidade de Jó com Deus a partir dos bens materiais que ele possuía e deixou de possuir.
Infelizmente, ainda hoje há pessoas que medem o relacionamento com Deus de alguma pessoa a partir das condições materiais que ela possui, ou mesmo nos momentos de bonança e calmaria. Acham que o sofrimento é sinal de falta de fé, ou falta de comunhão com Deus. Vemos igrejas com cartazes dizendo: “pare de sofrer”, pastores, bispos e pseudoapóstolos falando que a pessoa que tem intimidade com Deus não sofre.
São mentirosos todos eles! A Bíblia nos assegura que nessa viveremos momentos de aflições e de dor, mas também viveremos momentos de paz, bonança e abastança. Tudo o que nos resta é aprender a viver de toda a maneira e em todas as coisas (Filipenses 4.12). Temos que saber viver, temos que saber lidar com todas as situações em nossa vida, tanto na paz, como nas tribulações.
Jó era vítima desses pregadores da prosperidade, que queriam causar nele um mal-estar, afirmando que Deus o estava punindo por ter pecado, e por isso tirou tudo dele. Eles acreditavam que o justo não sofre, somente ímpios. Ainda assim, Jó não traiu a sua esperança em Deus, e profetizou.
Ele profetizou sim, e isso precisa ser compreendido antes que possamos afirmar qualquer coisa. Jó, a partir de sua fé no Seu Redentor, afirmando que Ele vive, ele profetizou que Ele se levantará sobre a terra. Deus se levantará! Essa é a maior certeza que os cristãos possuem, que um dia o nosso Redentor virá e se levantará sobre a terra.
A expressão usada por Jó indica que o Redentor se levantaria sobre o seu túmulo, e por isso ele continua dizendo: “E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim” (Jó 19.26-27). Ele sabia que, mesmo que ele morresse naquela tribulação, o seu Deus agiria em seu favor, ainda depois de consumida a sua carne.
Jó cria que, mesmo depois da morte, ele veria a Deus. Era essa a esperança de Jó, e a grande profecia que ele lançou das cinzas: “O meu Deus voltará e me trará de volta dentre os mortos”.
A gloriosa esperança de Jó estava centrada na certeza de que a separação de Deus entre o justo e o ímpio não estava nos bens materiais que um homem pode possuir, mas sim no fato de que um dia, mesmo depois de morto, o justo renascerá, e verá o Deus Todo-Poderoso com os seus próprios olhos.
Essa é a nossa esperança, e Paulo escreve sobre ela, ao afirmar que um dia, quando a trombeta soar, os mortos ressuscitarão com os seus corpos incorruptíveis e os vivos serão transformados a um corpo glorificado (I Coríntios 15.51-57; I Tessalonicenses 4.16-17).
Temos essa gloriosa esperança de que nos encontraremos com o nosso Redentor, porque Ele vive, não está morto, não está no túmulo, Ele ressuscitou, e nos ressuscitará para que nunca mais possamos morrer outra vez, e ali não haverá dor, nem pranto, nem angústia. Ali seremos eternamente felizes e viveremos em abundância!
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