Eclesiastes: Uma hora a fatura fecha




“O que é já foi; e o que há de ser também já foi; e Deus pede conta do que passou” (Eclesiastes 3.15). 



Volto a falar sobre a liberdade, como no último texto, assim será nesse. Há algo de glorioso na liberdade que temos, na condição de podermos fazer aquilo que queremos da forma como queremos, pois, somos livres para atuarmos como bem quisermos, não é? Obviamente, como todos dizem, a nossa liberdade vai até onde começa a liberdade de outra pessoa, e assim ninguém poderá interferir na liberdade de mais ninguém.

Não quero falar em termos jurídicos, tampouco em termos religiosos, mas sim no espiritual. Espiritualmente a nós foi concedida uma grandiosa liberdade, algo com o que podemos escolher e decidir. Há quem diga que Deus não deu ao homem o livre arbítrio, mas isso está diante de algo muito maior, pois até mesmo aquilo que nos domina hoje um dia foi algo que nós escolhemos no passado.

O homem que hoje usa drogas e é um viciado, preso e trancafiado pelo vício maldito, ele começou com uma decisão livre e aberta de usar a primeira dose. A bola de neve foi crescendo, e ele chegou a uma situação catastrófica que agora necessita de total ajuda e assistência da família, da sociedade e do Estado.

Mas não é somente sobre isso o que Salomão fala. No Livro de Eclesiastes ele já não é um jovem impetuoso, tampouco é um senhor de meia idade que está vendo seus filhos crescerem. Agora ele é um idoso, um homem já no final de sua vida e que se dá conta que tudo na vida é vaidade, é passageiro (Eclesiastes 1.2).

Salomão reconhece que em sua vida ele fez de tudo o que pode dar ao homem o prazer e a alegria que deseja. Teve mulheres, construiu casas, riquezas, palácios. Trabalhou constantemente e buscou a paz em tudo aqui, mas, ao final de sua vida, se deu conta de que nada do que ele viveu foi vantajoso no fim de seus dias, e que Deus estava ali, pedindo contas daquilo de mais importante que ele possuía: o seu tempo.

Salomão sabia que a juventude é repleta de sentimentos impetuosos, os quais nem sempre saberemos controlar. Ele sabia que muitos perdem a juventude em trabalhos excessivos, esquecendo de aproveitar aquilo que é bom. No fim da vida as pessoas que trabalharam demais e não deram atenção às pequenas coisas, essas serão frustradas por não haver vivido bem.

Outras pessoas vivem só de curtição, digamos assim. Vivem uma vida sem regras, totalmente inconsequente e de total alegrias, prazeres, aproveitando, segundo elas, cada segundo. No fim da vida, cada uma dessas pessoas procurará alento, descanso, e não os encontrará. Foi tudo vaidade!

No final da vida, todas as coisas que fizemos enquanto passamos por aqui, quer sejam boas ou más ações, de tudo teremos que prestar contas àquele que nos criou e nos deu a vida e a liberdade que hoje temos. O que fazer então, com toda essa liberdade em nossas mãos? O que fazer com o fôlego que possuímos? O que fazer com esse ímpeto que há em nós.

Salomão, ainda em seu livro melancólico, mas intenso demais para ser abandonado, afirma dizendo que, enquanto ainda estivermos jovens, não podemos nos esquecer daquele que nos criou, lembre-se do Criador hoje, porque os dias maus virão, e com eles toda a fadiga, cansaço, dor e fraquezas (Eclesiastes 12.1).

O que fazer, então? Se haveremos de prestar contas a Deus? Sabemos que Ele já determinou uma data para o julgamento (Atos 17.31), há um dia determinado em que todos nós haveremos de prestar contas a Deus pela vida que possuímos, e teremos que dar contas do tempo, do fôlego e da nossa liberdade.

Por isso, temos que compreender que, por mais que possamos fazer tudo, nem todas as coisas são convenientes a nós. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (I Coríntios 10.23). E a partir daí teremos que dar contas a Deus.

Posso te dar um conselho? É o conselho de alguém que já cometeu muitos erros na vida, muitos deslizes. Talvez eu errei pouco em relação a alguns, eu sei, e errei muito em relação a outras pessoas, mas eu sei de uma coisa: a fatura um dia fecha.

Deus é amoroso, é bondoso, misericordioso. Não há nada que mude esses atributos de seu caráter, mas ainda assim, Ele possui juízo. Ao enviar Jesus Cristo à terra na Sua Primeira Vida, Ele veio para que pudesse pregar o arrependimento e a remissão dos pecados, consumando todas as coisas na cruz, mas depois, Ele virá uma segunda vez, não para ensinar mais a ninguém, nem mesmo para pregar o arrependimento. Ele virá para julgar, virá como juiz, o Justo Juiz.

Um dia, todo o joelho se dobrará e toda a língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor (Filipenses 2.11). E ele há de julgar os homens, os vivos e os mortos, todos aqueles que já nasceram terão de dar contas do tempo que tiveram e de tudo o que fez nessa vida. Lembre-se do Teu Criador, antes que a fatura feche, antes que a vida se encerre para você como um sopro, e volte-se para Cristo.

Um dia a fatura fecha, corra para Cristo antes disso, porque Ele tem a nota e o recibo que cobre todas as suas dívidas para com Deus!



“Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau” (Eclesiastes 12.13-14). 



Agora, quanto aos que não quiserem mudar de vida. Não há problemas! Continuem pecando! Continuem roubando, continuem sendo corruptos, continuem se prostituindo, traficando, ferindo, matando. Façam o que bem quiserem com a sua liberdade! A fatura há de fechar, e Deus pedirá contas, e naquele dia você terá que responder diretamente a Ele.

Por isso, acerte-se com o Senhor, meu amigo! Vá ao encontro de Jesus Cristo! Ele está te esperando, e arrependa-se dos teus pecados e entregue a sua vida a Jesus. O juízo virá! Uma hora a fatura fecha, aproxime-se de Deus antes!

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