I Crônicas: Nossa história não terminará em dor




“Jabez orou ao Deus de Israel: ‘Ah, abençoa-me e aumenta as minhas terras! Que a tua mão esteja comigo, guardando-me de males e livrando-me de dores’. E Deus atendeu ao seu pedido” (I Crônicas 4.10).


Poucos homens falam de Jabez, ou Jabes. Sua história quase nunca é mencionada nas igrejas, tampouco nas escolas bíblicas, nem mesmo e nenhuma das pregações, ensinos. Jabez é um, anônimo, mesmo sua história sendo mencionada no Primeiro Livro das Crônicas. Não podemos, porém, negar que a história de Jabez contada na Bíblia é quase que mínima, pois quase nada sabemos sobre ele.

Sabemos, por exemplo, que seu nome significa “se lamentar, estar triste”, e esse nome foi dado por sua mãe, que disse: “Com muitas dores o dei à luz” (I Crônicas 4.9). A imagem que se tinha de Jabez era a dor, a lamentação, o pranto. Dessa maneira, tudo o que podemos afirmar sobre ele é isso e a sua oração para mudar o quadro de sua vida.

O que sabemos sobre Jabez é apenas o que se refere ao sofrimento de sua vida. Depois que Deus atendeu à sua oração, nunca mais ele é mencionado em nenhum outro livro. Não sabemos qual foi o fim da vida de Jabez, exceto que em sua vida ele viveu o cumprimento de sua oração para que não sofresse males e nem dores.

É intrigante que Deus atendeu à oração de Jabez, mas me deixa confuso o fato de não sabermos mais nada sobre ele. Só sabemos que Deus o atendeu, e ele desapareceu da história.

Pense comigo, quem não passa por tribulações, por aflições, por provações e dificuldades, não tem ao final mais histórias para contar. Jabez foi mencionado até o momento em que seu sofrimento se acabou.

Lembremos de Jó, cuja história narra todo o sofrimento que ele enfrentou, e isso lhe rendeu quarenta e dois capítulos. Porém, ao falar que seu quadro virou, a história se encerrou. E qual a razão de tudo isso?

Por acaso seria Deus injusto ao nos fazer colecionar histórias de sofrimento? Não! Mas a nossa humanidade caída, ainda que em processo de redenção, é suscetível a passar por momentos de dor, de aflição e de agonia, porque essa é nossa história.

Só tem história quem tem histórico de dificuldades. Se você deseja ser marcante em sua geração, aprenda a valorizar as dificuldades. Não falo para ser escravo delas, tampouco para ser refém do sofrimento, mas para entender que as tuas dificuldades te constroem, te fortalecem e escrevem a tua história.

Jabez pode ser chamado de “O homem sem história”, pois nada mais sabemos dele. Compete a nós hoje, diante das aflições de nossa vida, valorizar as dores que sofremos, sabendo que nada do que vivemos será em vão, haverá um grande retorno ao final.

O apóstolo Paulo escreveu: “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8.18). Sim! Nenhuma das provas que enfrentamos em nossa vida poderá ser considerada o fim de nossa história, mas a certeza de que cada tribulação é uma porta de Deus para algo muito maios!

Não desanime, meu amigo, minha amiga! Deus permite provações que às vezes nos parecem injustas e muito nocivas para as nossas almas. Deus permite enfermidades, permite privações, dores e agonias, mas nada disso é por maldade ou mesmo por ódio da raça humana. Deus permite provações para escrever a nossa história.

Todos nós conhecemos a famosa frase de Jesus que disse: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16.33). E por este motivo, Paulo afirma:



“Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (II Coríntios 4.16-18).




Há uma grande glória reservada para nós! Há a eternidade preparada para sorrir aos que aqui, nesta vida tão sofrida e tão machucada, choraram e sofreram. Valorize o que você sofre, pois Deus está trabalhando num futuro de paz, de glória e de amor.

A nossa história não terminará em dor!

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